Irmãos

Recentemente foi-nos solicitado que acompanhássemos uma família em que uma criança de dois anos e meio estava a ter algumas dificuldades em lidar com a chegada de um novo bebé à família.
Como por aqui também são dois, com idades bem próximas e relações nem sempre fáceis, lembrámo-nos que poderia ser importante falar das amizades e rivalidades entre irmãos e deixar-vos algumas ideias para facilitar estas relações.
Em primeiro lugar, descansem pais e mães, a rivalidade, zangas e disputas entre irmãos são NORMAIS! E mais, para além de normal é inevitável; e para além de inevitável é benéfica, no sentido em que os ajuda a crescer, a aprenderem coisas sobre si próprios e sobre os outros, a lidarem com diferentes emoções (positivas e negativas) e a treinarem, num contexto mais protegido, várias competências sociais (por exemplo, a partilha).
Como podemos então ajudá-los a relacionarem-se melhor e ajudar-nos a tornar o nosso dia-a-dia mais fácil?
- A primeira ideia não é nada original: antes do nascimento do bebé e enquanto ele é pequenino, peça ajuda ao seu filho(a) mais velho(a) para as várias tarefas relacionadas com o mais pequeno: ajudar a escolher as roupinhas do bebé que aí vem; ajudar a dar banho, trocar a fralda ou alimentar. Se ele recusar, não fique triste. Diga-lhe apenas: "Ok, a mãe/pai entende que agora não queiras ajudar. Quando quiseres diz-me! A tua ajuda vai ser preciosa!!
- Quando sair com os dois, prepare o mais velho para o facto que a maior parte das pessoas irem dar mais atenção ao bebé. Depois, quando todos estiverem à volta do bebé, dê colo ao mais velho.
- Quando regressa a casa, após o dia de trabalho, ambos vão querer muito a sua atenção. Calmamente, sentem-se com cada um ao seu lado e pergunte-lhes como passaram o dia. Conte-lhes também como foi o seu.
-Procure passar 5/10 minutos com cada um todos os dias.

- Cada um dos pais deve tentar planear algum tempo especial a sós com cada um dos filhos ao fim-de-semana e ao longo da semana falar desse período como o vosso tempo especial. Difícil? Sim! Mas se o conseguirmos fazer a maior parte das vezes é muito recompensador!
- Não tente tratar todos os filho de igual modo. Cada criança é um ser único, com qualidades e dificuldades distintas. Cabe-nos a nós adaptarmo-nos a cada uma.
- Por último, mas não menos importante, não se sinta culpada por, de vez em quando, dar mais atenção a um do que a outro. Haverá sempre alturas em que um dos filhos precisa mais da nossa atenção, orientação e apoio. Noutra altura será o outro (ou outros).

Imagem retirada daqui