Todos os pais sentem medo. Medo de falhar com os filhos; medo de não lhes dar a melhor educação possível; medo de não lhes conseguirem transmitir os valores e princípios mais corretos; medo de não serem pais “suficientemente bons”.
Este último conceito foi introduzido na Psicologia por Donald Winnicott, um pediatra e psicanalista britânico que defendeu a ideia que as crianças necessitam de ter pais e mães de boa qualidade, mas não perfeitos. No entanto, os pais de hoje têm acesso, por diferentes vias, a demasiada informação, muita dela contraditória e culpabilizante, e acabam por se sentirem inseguros e pouco confiantes nas suas próprias competências parentais, nos seus instintos e no seu bom senso. Para além disso, é-lhes muitas vezes exigido que sejam pais perfeitos e capazes de lidar com os vários desafios que o exercício da parentalidade lhes coloca.
De facto, a educação das crianças é um processo de constantes adaptações e desafios e é importante que os pais estejam conscientes e tenham capacidade para se adaptar às diferentes fases de desenvolvimento dos filhos, tendo sempre em atenção que cada filho é um ser único e especial. No entanto, as dificuldades e a multiplicidade de tarefas do dia-a-dia, levam a que muitas vezes não tenhamos a necessária disponibilidade para refletir sobre algumas destas questões, surgindo a necessidade de aconselhamento especializado, para esclarecer possíveis dúvidas, ajudar a ultrapassar bloqueios comunicacionais ou simplesmente ter um espaço de reflexão.
O Aconselhamento Parental pode ajudar e constituir-se como uma importante resposta para os pais das sociedades atuais, possibilitando-lhes um espaço no qual, com a ajuda de uma terceira pessoa, podem (re)pensar as suas práticas educativas parentais, as necessidades de cada elemento da família e quais as melhores estratégias para lidar com os diferentes desafios que vão surgindo nas várias etapas do desenvolvimento infantil e juvenil.
Trata-se de uma forma de trabalho com pais em que lhes são dados esclarecimentos e orientações relativamente a diversas questões de ordem prática (como lidar com as birras? como dar ordens de forma mais eficaz? como lidar com a necessidade de maior autonomia na adolescência? como ajudar os filhos a lidar com o divórcio dos pais) ajudando também a desbloquear algumas dificuldades de comunicação existentes.
Para todos os pais que sabem que os filhos não trazem manuais de instrução e às vezes só querem saber se estão no caminho certo ou como voltar a ele.