terça-feira, 21 de maio de 2013

Orientação Escolar e Vocacional: A importância das escolhas

Porque se aproxima a altura em que tantos jovens têm de fazer uma escolha relativamente ao seu futuro escolar/profissional; porque essa escolha se quer informada, pensada e, de preferência, o mais acertada possível, deixamos hoje um link para um texto de uma das colaboradoras do Psikontacto (www.psikontacto.com) na área da Orientação Escolar e Vocacional, Dra. Graça Jegundo.

                                               Curso ? Profisão? O que escolher?
O desenvolvimento vocacional faz parte integrante do desenvolvimento integral do indivíduo.
A dificuldade em tomar decisões que implicam escolhas e definição de projectos de vida afectam, necessariamente, outras dimensões do desenvolvimento do sujeito, gerando, por vezes, quadros de ansiedade que ...se generalizam aos vários contextos de vida (nomeadamente ao nível escolar, pessoal e familiar).
Este é um processo que decorre ao longo da vida, no entanto, existem momentos cruciais em que estas escolhas vão determinar a definição do projecto de vida. Embora possa ocorrer antes, um destes momentos acontece no 9º ano de escolaridade, em que o jovem tem realmente de decidir a área de estudo nos anos de aprendizagem seguintes. Por esse motivo, aconselha-se que, nesta altura, o aluno faça um processo de orientação vocacional, que o ajude a tomar uma decisão mais madura e consciente. Cabe ao Psicólogo explorar as suas características pessoais: interesses, aptidões, valores, características de personalidade, orientando o aluno na pesquisa vocacional de forma a conduzi-lo a uma decisão informada, desenvolvendo a sua autonomia e o seu autoconhecimento (de si, do mundo escolar e profissional).
Escolher um curso científico-humanístico ou um curso de carácter técnico-profissional nem sempre é uma tarefa fácil, pelo que é natural e frequente existirem indecisões, angústias e receios. Implica uma série de questões que devem ser analisadas entre o aluno e o psicólogo no processo de orientação, como por exemplo uma discrepância entre as aptidões e os interesses, as expectativas do aluno, os desejos mais ou menos explícitos dos pais que podem gerar ambivalências no jovem, a falta de informação relativamente aos cursos e à relação destes com o mercado de trabalho, a consciência de que é difícil perceber o que realmente gostará de fazer daqui a uns anos, entre outros.
É importante realçar que esta escolha não é estática. Actualmente as nossas escolas permitem ao aluno fazer exames de disciplinas que não estão contempladas no seu currículo, havendo sempre a oportunidade de fazer ajustamentos.
Devemos compreender que para que o aluno obtenha sucesso numa determinada área, é necessário que exista para além dum investimento intelectual, um investimento afectivo e emocional que funcione como “motor” no desejo de aprender. Para que isso aconteça, por vezes, é necessário considerar a possibilidade de mudanças no trajecto do aluno e deixá-lo criar o seu espaço onde este aprenda a movimentar-se com segurança, liberdade e motivação, assim como a assumir responsabilidades perante as suas decisões.
Outro momento crucial acontece no 12ºano de escolaridade, quando pretendem prosseguir estudos, momento este em que também beneficiam com um processo de orientação vocacional, independentemente de já ter sido realizada no 9ºano. A partir do 12ºano a escolha já é mais específica e reveladora daquilo que será o futuro profissional do jovem. Para além das dificuldades apontadas anteriormente, enquanto processo de decisão, aqui aparecem outro tipo de dúvidas, relacionadas com o ensino superior: médias, condições de acesso, escolher entre uma enorme diversidade de cursos, organização curricular, saídas profissionais, entre outras.
Existem alunos que desde muito cedo manifestam interesse por uma determinada área, e começam a esboçar um percurso mais linear. No entanto, um jovem que sempre soube aquilo que quis não é necessariamente o mais bem-sucedido. As dúvidas, os receios ou mesmo os erros nas escolhas fazem parte de uma aprendizagem e de um processo de evolução característico de qualquer ser humano e que atinge uma maior intensidade na fase da adolescência, por ser uma fase de enormes mudanças físicas e emocionais. Assim, se um jovem está muito indeciso relativamente ao seu futuro e prolonga ou reajusta a sua decisão, isso não é, por si só, sinónimo de fracasso ou desinteresse no futuro e pode procurar um Psicólogo de Orientação Vocacional, que certamente o saberá ajudar e orientar nesta fase importante da sua vida.

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