Devo
levar o meu filho a um psicólogo?
Raramente são as
crianças ou os adolescentes a reconhecer a necessidade de uma consulta de psicologia.
Perante isto, são os pais, os professores ou outras pessoas significativas que
decidem se existem ou não razões de preocupação e, consequentemente, se se deve
ou não procurar ajuda especializada.Algumas vezes, as razões de preocupação dos pais prendem-se com dúvidas relacionadas com o desenvolvimento normal. No entanto, não raras vezes, problemas comuns, no contexto de uma situação familiar ou escolar desfavorável, podem persistir e ter mau prognóstico. O facto de os educadores não disporem de informação que lhes indique quais os problemas que desaparecerão com o tempo e quais os que se irão manter, leva a que, muitas vezes, a consulta sirva para fornecer indicações acerca de como lidar e ultrapassar dificuldades normais, para que estas não se mantenham no tempo e não se tornem crónicas.
Outras vezes, existem dificuldades significativas que chamam a atenção de pais e professores e que já não se confundem com problemas comuns, principalmente se interferirem no rendimento escolar ou incomodarem terceiros (por ex., problemas de comportamento ou de hiperatividade podem provocar dificuldades na aprendizagem, incomodam colegas e professores e implicam um trabalho redobrado dos pais para manter alguma ordem).
Infelizmente, a tristeza ou a ansiedade passam mais despercebidas aos adultos, por serem menos visíveis, incomodarem menos e serem mais facilmente associadas a fatores de personalidade, embora o sofrimento da criança seja significativo e a ajuda especializada seja uma necessidade.
Que critérios utilizar para decidir a pertinência de uma intervenção? A regra de ouro é procurar ajuda se algum problema provocar grande sofrimento emocional e/ou afetar significativamente o funcionamento normal da criança/adolescente. Para os psicólogos, a decisão de intervir ou não depende, também, de outros fatores, que se conjugam entre si. Entre eles podemos considerar: dificuldades que não são espectáveis numa determinada idade (por ex., dificuldades em dormir sozinho aos 10 anos), ou num determinado contexto (por ex., não parar quieto na sala de aula), problemas com grande probabilidade de se manterem e agravarem se não forem sujeitos a intervenção terapêutica (por ex., comportamentos obsessivos) e o conhecimento específico das patologias mais frequentes na infância e adolescência. Em função da informação recolhida, o psicólogo decidirá se haverá ou não lugar a uma intervenção, de que tipo e se deve pedir avaliações ou intervenções complementares (por ex., neurologia ou pedopsiquiatria).
Perante este cenário, facilmente se compreende a importância de distinguir aspetos desenvolvimentais normais de sinais de alerta que requerem o encaminhamento para uma consulta de psicologia. A conjugação de esforços de pais, professores e profissionais será decisiva para assegurar a crianças e adolescentes um desenvolvimento harmonioso e um percurso de vida equilibrado.
Retirado de http://www.facebook.com/#!/psikontacto
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