E assim começamo o dia, o deles e o nosso, a dar atenção a todos os comportamentos negativos da criança. Se chegassemos ao trabalho, e algum colega prestasse atenção a tudo o que não estamos a fazer corretamente (o que às vezes acontece - “Fala baixo; isso ainda não está bom; acho que é uma má ideia; tens de fazer isso para ontem, não podes demorar tanto), das duas uma, ou lhe respondiamos mal; ou perdiamos a confiança em nós e ficariamos certamente com menos vontade de continuar a trabalhar. Com as crianças passa-se exatamente o mesmo...
Existem dias, em que as coisas não correm particularmente bem, em que as crianças estão mais rabujentas, birrentas... e portam-se mal. É verdade! E nós queremos que aprendam a portar-se bem, que diminuam os comportamentos negativos. Temos a ilusão, tal como com os adultos, que se apontarmos o que está mal, se formos dizendo, as coisas mudam... muitas vezes na expetativa de que eles mudem, direcionamos a nossa atenção para os comportamentos negativos. Quando damos atenção aos comportamentos negativos, estamos em última instância a dar atenção à criança (o que ela mais quer no mundo!) e ao contrário do que pensamos, os comportamentos negativos aumentam. O contrário também é verdade, se dermos atenção ao positivo, aumenta a probabilidade de se voltar a repetir; o que é mais eficaz a longo prazo.

Mesmo naquela manhã difícil, ou naquele final de tarde extenuante, eles fazem qualquer coisa bem. Enquanto se sentam sossegados a ver TV ou a brincar com a irmã; quando nos pedem “por favor”; dizem obrigado; se acalmam e param de chorar; quando emprestam ao irmão mais novo o carrinho novo para brincar; quando falam baixo; ou ajudam a vestir. Se estivermos atentos a esses pequenos comportamentos (POSITIVOS) e nos lembrarmos do poder que a nossa ATENÇÃO tem na criança, estamos a contribuír para que esses momentos se multipliquem, damos à criança pistas claras do que deve fazer, e “espevitamos” na criança a vontade de se portar bem. Investimos na relação e a balança “emocional e comportamental” dos nossos filhotes fica mais equilibrada.
Nós
sabemos que eles não se portam mal 24 horas por dia, 60 minutos por hora... é
preciso é estar atento ao que queremos ver mais vezes, ao que realmente importa:
aumentar os comportamentos positivos!
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