A capacidade dos filhos para iniciarem e manterem uma relação de amizade com outras crianças é uma das maiores preocupações dos pais com quem nos cruzamos.
Histórias de crianças que passam os intervalos sozinhas, que não são convidadas para as festas e que muitas vezes são gozadas ou vítimas de algum tipo de perseguição não são incomuns e podem ter repercussões importantes no desenvolvimento infantil, sobretudo ao nível da auto-estima e isolamento social.
O que podemos então fazer para as ajudar?
Em primeiro lugar, reconhecer que não é fácil para todas as crianças (como não é para todos os adultos) fazer amigos. Para umas, é um dom natural; mas para outras, sobretudo aquelas mais impulsivas ou agitadas, com um temperamento mais difícil ou inibido ou para aquelas que por alguma razão são diferentes, esta capacidade pode precisar de ser trabalhada e ter um "empurrãozinho" dos pais.
Assim, o primeiro passo é treinar com as crianças em casa as competências sociais adequadas que lhes permitam iniciar e manter uma interação (por exemplo, treinar a pergunta "queres brincar comigo?" ou "posso brincar contigo"?). Este treino pode ser feito durante os nosso 10 m de brincadeira diários, com bonecos, livros ou outros brinquedos que ajudem no faz-de-conta
Quando a criança tiver adquirido estas competências, é importante ajudá-la a treiná-las. Podemos fazê-lo convidando um amigo para vir brincar a nossa casa; quando vamos ao parque infantil ou mesmo quando vamos com elas a alguma festa em que estejam outras crianças. O melhor é começar com apenas um amigo e só depois aumentar o número de crianças envolvidas na interação.
Promover a interação dos nossos filhos com outras crianças, em contextos para além do escolar, é uma tarefa importante. Atividades desportivas, escuteiros ou outras que promovam a relação podem ser boas oportunidades para as crianças ampliarem a sua rede de pares, experimentarem interações diferentes das que experimentam na escola e sentirem-se mais confiantes e seguras das suas capacidades.
Como tudo o que envolve a educação dos mais pequenos, também esta tarefa exige de nós um olhar atento sobre o mundo deles e a capacidade de os escutarmos (mesmo quando a conversa deles parece de faz de conta), para nos podermos aperceber a tempo de possíveis dificuldades e intervir o mais cedo possível.
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